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Samara Sempre Sabe

       Ms. Eldora Montgomery é uma senhora simples de Nova Jersey que tem apenas dois sonhos na vida: se mudar para Nova York e comprar uma televisão colorida, lançamento naquele ano de 1954. Depois de ficar viúva, finalmente junta uma grana e realiza seus sonhos, alugando um modesto sobrado no bairro do Brooklyn com um lugar especial na sala para seu mágico aparelho. Contudo, endividada para manter esse novo padrão de vida, Eldora se vê em dificuldades.

       É quando aparece em sua casa a jovem Emily, uma antiga amiga que também tenta a vida na cidade grande e passa pelo mesmo aperto, Emily vem propor a Ms. Montgomery uma estranha sociedade: utilizar seu apartamento bem localizado para, com uma bola de cristal e outros apetrechos, atender a consulentes endinheirados. A princípio Eldora rejeita a ideia, pois além de ferir seus princípios, é desaconselhada pelos livros de um pedagogo francês que descobriu recentemente e que a interessou muito por abrir seus olhos para as questões espirituais com muita lógica e clareza. Mas o curioso desaparecimento de suas últimas economias, que mantinha escondido dentro de casa, acaba levando-a a aceitar a sociedade e ambas colocam o negócio desonesto para funcionar. Emily então se transforma na “vidente” Samara, que com o auxílio de Eldora começa a fazer sucesso na vizinhança. O dinheiro entra aos montes e tudo parece ir bem. Mas ambas não percebem que, do outro lado da vida, um espírito sombrio passa a participar da armação e vê no inesperado afloramento das autênticas capacidades mediúnicas de Eldora um canal aberto para por em prática um antigo plano de vingança que envolve um bandido perigoso. Um famoso político que não tem escrúpulos em usar seu revolver de estimação e afastar quem lhe atrapalhe o caminho. Só que dessa vez quem está no caminho é uma vidente maluca que o tal político resolveu consultar e que agora sabe demais. 

      Humor e suspense que se unem, com linguagem inspirada nos antigos clássicos da comédia pastelão, para falar sobre os perigos do mau uso dessa ferramenta divina que é a mediunidade.

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